Iuri Salvador

O convidado de Hoje é o fotógrafo e desenhista IURI SALVADOR.

SOMUSICA:
Diz pra gente como e quando você descobriu o seu dom para a fotografia?

IURI SALVADOR:
Bem... esse meu dom apareceu como um peido, de forma espontânea. Eu sempre desenhei muito, na verdade sou mais desenhista que fotógrafo, e num dia, depois de visitar um amigo meu que é fotógrafo, o Cláudio, resolvi comprar uma câmera. Vi o preço, tive um leve ataque cardíaco, uma decepção aterradora se abateu sobre meu ser e vi todas as minhas esperanças se esvairem, porque eu não ganhava grana suficiente pra comprar a câmera e NUNCA havia juntado dinheiro pra nada. Logo, comecei a pensar nas alternativas: assalto não era muito viável, não tenho um porte muito bom pra correr, mendigar era improvável, sou muito limpo, esse lance de ficar sujaço não ia rolar e esperar cair o dinheiro do céu não adiantou, desenvolvi uma torcicolo de tanto olhar pra cima... e olha que foram só quatro dias!. Logo, juntei a grana.
Comecei a fotografar TUDO! TUDO MESMO! E o desenho me ajudou bastante com ângulos e tal... Isso tudo aconteceu em mais ou menos 8 meses atrás!

SM:
(Risadas) "...capitalismo selvagem ôhh ôhh ôhh..."
E como surgiu essa ideia de fotografar eventos musicais?

IS:
Eu sou um cara inquieto. As vezes, quando estou sozinho, tenho acirradas e acaloradas discussões comigo mesmo. A pancadaria só não rola porque eu intervenho e dou uns esporros violentíssimos em mim, aqueles esporros que eu nunca ia querer levar.
Logo, isso comprova que sou, além de hiperativo e sexy, sou muito ligado a movimento. Gosto de fotos no geral, gosto que posem pra mim, mas a espontâniedade, o momento derradeiro, aquele que só acontece, sem ensaio, sem prévia, sempre me chamou muito atenção. Então não foi uma escolha fotografar shows, mas não imagino jeito melhor de começarmos.
Eu comecei nesse lance com o Magno, meu "fado madrinho", chama-lo de "fada madrinha" vai irrita-lo e, acredite, você não vai gostar do Magno irritado, que me convidou pra que eu fosse fazer umas fotos de uma dupla sertaneja, Júnior & Luciano. Daí pra frente, a empatia foi total e as portas e janelas, portões, portinholas e porteiras foram se abrindo, uma a uma. O curioso nisso tudo é que sou um cara essencialmente rock n' roll, logo seria a última pessoa nesse universo, acredito piamente na existência de outros universos, mas isso é outro assunto, que estaria trabalhando nesse ramo de sertanejo se não fosse o apoio dele. E hoje faço amarradíssimo, gosto a beça. Devo tudo, inclusive R$50,00, ao Magno.

SM:
As asinhas de fado(a) do Magno tem que ser tamanho GGGGG... neh? (risadas, brincadeira Magno).
Como é ter contato com essa infinidade de músicos e públicos? Deve ser uma zoação só...

IS:
É curiosíssimo. De repente eu adquiri uma infinidade de novas palavras e gírias, comecei a entender, ou pelo menos faço uma cara de "compreendo"... muito boa quando, na verdade, não compreendo lhufas de instrumentos, saber nome de músicos que sempre passaram batidos.
Sou um cara essencialmente rock n roll e, nessa posição, minha visão sempre foi coletiva. Ou seja, eu adoro Deftones como banda, mas nunca prestei atenção ao timbre do baixo de Chi Cheng. Me tornei musicalmente mais nerd.
Como baixista, eu sai das influências musicais coletivas e comecei a ter minhas influências pessoais, lances como "Gosto do baixista da banda tal, daquela outra..."
Já quanto ao público eu conto nos dedos o número de pessoas que eu realmente falo, que realmente tenho um laço de amizade ou mesmo de colegagem. Sou educado com todos, mas meu trampo na noite acaba sendo um lance mais de "passagem", tipo "faço uma foto, mostro, é aprovado, passo pra outra."
Quanto a zoação... isso é inevitável. Eu tenho uma resposta pra tudo, não consigo ficar quieto...

SM:
Você é um cara bem versatil e com uma inteligência fora do comum, já conversei diversas vezes com você, inclusive sobre música, e você entendeu direitinho (ou fez direitinho cara de que entendeu). (risos)
Mas conta pra gente algum fato inusitado ocorrido em algum evento.

IS:
Cara, minha vida toda é um fato inusitado. Eu sou O fato inusitado. Tenho cisma com o número 9, ninguém encosta no meu pescoço, me tatuo toda segunda-feira... duvido alguém ser mais pouco ortodoxo do que eu. Mas ultimamente tem acontecido um lance bem engraçado...
Teve uma quinta-feira que eu estava fotografando Júnior & Luciano. No momento que eles começaram a tocar "Choram as Rosas", de Bruno Ramone (risos), eu fiquei ao lado do palco fazendo uma mímica da música, ou pantomima, que é o nome certo, e o Luciano não conseguiu parar de rir. 
Na semana seguinte o Júnior sofreu um acidente e foi um baque... a gente ficou abalado, foi aquela correria... mas vida que segue. Os shows naquela semana foram f****, todo mundo sofreu o baque. Apesar do Júnior estar bem, ele não estava ali do nosso lado e o Luciano segurou a onda sozinho... na quarta fizemos Rancho do Tomate, meio deprê e tal... e na quinta teve o Luau, evento que eles são residentes. Pra completar tava chovendo fininho, uma friaca sem tamanho e o pessoal tava meio pra baixo ainda, público preocupado... uma barra!
Quando eles começaram a tocar "Choram as Rosas", não pensei duas vezes! Larguei a máquina, subi no palco, todo mundo me olhou meio torto e tal e assim que o primeiro verso aconteceu, eu comecei a fazer a mesma mímica, mas pra todo mundo ver. Foi um sucessaço!!! Aliviou o clima e tal... muito legal mesmo...
Desde então todo show deles eu tô fazendo isso... e a gente vai começar a expandir esse lance, criando votações pra músicas novas... tô pensando até em abrir graduação de mímico, a ser aplicada na FODERJ (Faculdades Odair Drauzio Ernesto Júnior) com aulas começando com o "Abecedário da Xuxa" e terminando em canções mais difíceis, como "Faroeste Cabloco" da Legião Urbana, "Construção" de Chico Buarque ou "Todas Elas Juntas Num Só Ser" do Lenine...
O estágio será aplicado com pantomimas de músicas de Charles & Juliano, Júnior & Luciano, Batman & Robin e, lógico, Bill e os Sortudos, minha banda! (risos)
SM:
Devo acrescentar isso à sua apresentação? Até agora está assim: "O convidado de hoje é o fotógrafo, desnhista, humorista e PANTOMÍMICO Iuri Salvador." (risos).
Apesar de ter trabalhado nos dois shows que você citou não tive a oportunidade de vê-lo em ação como pantomímico, mas ouvi muitos comentários sobre. (risos).
E quanto ao acidente do Junior, cheguei a publicar aqui no blog uma nota falando a respeito, e graças a Deus ele está se recuperando muito bem, soube que já até foi no show...
Mas para finalizarmos, sempre faço essa pergunta, o que podemos esperar do Iuri Salvador para o futuro? Além, é claro, de criar a FODERJ?

IS:
Fotógrafo, desenhista, humorista, músico, sou baixista, sabia?!, físico nuclear, professor de Novalgina (?), formado em astrologia mecânica, ciências ocultas, letras apagadas, agente secreto e pantomímico! rs
Cara, esse ano tá sendo muito legal... atípico, saca?! Tô trabalhando no que gosto, conhecendo muita gente, contatos de trabalho... tomara que o ano e o futuro, se desenrole assim, porque eu aposto que o J. R. Duran começou assim, e hoje o cara é o maior fotógrafo do mundo. Pretendo também me dedicar mais a meu projeto musical, o Bill e os Sortudos... pô, temos 6 anos de banda e a gente só toca pra gente mesmo!!! E se fosse uma banda ruim, tudo bem... mas modéstias a parte, nosso som é bom a beça, e o baixista é um gato! 
Falando sério... quero que esse monte de trabalho continue rolando dessa forma ou até de forma mais arrebatadora... tô muito feliz com esse meu momento... música, desenho, fotografia... tá tudo conspirando e acontecendo. Quero montar um show de stand-up comedy também... enfim, sou uma cabeça que não para de pensar um minuto sequer!
Além, é lógico, de me tornar reitor interino da FODERJ!
E é isso.
Valeu pela entrevista assaz aprazível!
E pra terminar...
Um emoticon!
":D", o curso de emoticon será opcional na FODERJ.
Ah! Vale ressaltar que pro futuro podemos esperar carros que voem, colônias em Marte, a rebelião das máquinas, o advento da internet, a criação de um novo sistema de governo que dê as nações o que elas realmente precisam, viagens espaciais a civis e a Coca-Cola Zero com gosto de Coca-Cola normal!

SM:
(Risadas) Você é baixista?!? Dessa eu não sabia, achei que tivesse zoando... (risos)
Então fica aqui o convite a repetirmos a dose assim que a "Bill e os sortudos" iniciar sua tour.
Rapaz gostaria de te agradecer, você é um profissional com talento, destreza e tato pra fazer tudo, fotografia, desenho, humor e o que mais te der na telha... Muito obrigado mesmo!

IS:
Sou baixista mesmo! Tenho um Fender xadrez que é lindo... pena que não sei tocar direito... (risos).
Cara, valeuzaço a oportunidade... me senti importante como a muito tempo não sentia... pra ser exato não me sentia importante assim desde as 09:05 da manhã do dia de hoje (08/06/10), quando minha mãe me chamou de "tesouro", o que me fez, além de me sentir importante, rico!
Você é um cara talentoso a beça e, assim como todos nós, tá na ralação... logo, nossa recompensa está guardada... a gente só precisa ir atrás dela!!!
Abração, meu caro!!!
Ah!!! Esqueci de dizer... também tô trabalhando num filme... curta metragem... feito de stop-motion... um dos meus grandes sonhos!

SM:
Rapaz uma entrevista só com você não é o suficiente, temos que marcar outras pra falarmos desses outros projetos...
Agradeço novamente a você Iuri, muito abrigado!!!

Contatos:
Tels.:27130083
        87694154
 E-mail.: iurisalvadordesenho@yahoo.com.br

Entrevista: Lenadro Borges.
Fotos: Iuri Salvador.

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Uilliam Pimenta

O convidado de hoje é o tecladista UILIAM PIMENTA.

SOMUSICA:
conta pra gente como foi o começo de sua carreira, o que o motivou a aprender um instrumento, e como foi seu primeiro contato com o teclado.

UILIAM PIMENTA:
Então, quando eu ainda era criança, vivia infernizando nos ensaios do meu pai. Ele era guitarrista, mas  o que me chamava atenção mesmo era a bateria.
 Mas, um dia sai na frente da minha casa e vi uma vizinha com um tecladinho de brinquedo, e logo fui incomodar o meu pai pra ter um daqueles. Depois de um tempo, finalmente ganhei um daqueles de dia das crianças, e bem nesse ano meu pai estava deixando a música pra fazer um curso em São Paulo. Nesse periodo, eu tinha 6 anos, e acabei tirando o "hino da vitória" no tecladinho de brinquedo, e outras musiquinhas de ouvido. Quando o pai volto, ficou impressionado com aquilo, e me deu o meu primeiro "Casio Tone Bank". (risos) E apartir dai, tudo começou!

SM:
Tecladistas iniciantes e Tone Banks combinam mesmo, experiência própria.
Essa camisa jé era a do Inter? 

UP:
Sim velho, colorado desde pequeno! (risos)
 
SM:
Você tem uma veia de jazz muito latente, isso já vem dessa época? O que mais você ouvia e ouve até Hoje?

UP:
No inicio não tinha muito acesso, sem internet e morando em Jaguarão, nem sabia o que era Jazz. Aos poucos fui descobrindo Djavan, Tom Jobim, Elis Regina, Ivan Lins, João Bosco e etc.. e fui me tornando fã da nossa música brasileira. E  o encanto pelo jazz logo veio quando descobri que existia Chick Corea, Davi Grusin, Miles Davis e etc...  Sempre fui um fã da música pop de bom gosto, e sou fã de uma banda chamada "Toto", que no meu ponto de vista, consegue fazer uma mistura de pop, rock, funk e jazz.  Enfim, hoje em dia eu ouço um mistão de tudo isso, e mais um pouco. Procuro ouvir de tudo e absorver o que tem de bom em cada estilo, sem nenhum tipo de preconceito.
 
SM:
Toto é realmente excelente!
Sua "mochila" é pesada heim... Diz pra gente alguns artistas com quem você já trabalhou.

UP:
Bom, ja tive a oportunidade de trabalhar em várias bandas e artistas, de todos os estilos possíveis, entre eles : Marco Brito (Ivan Lins), Luiz Meira, Luiz Melodia, Marina Elali, Nicole Obele (cantora camaronesa) entre outros!

SM:
Sem comentários...
E hoje, o que você anda fazendo? com quem você ta tocando?

UP:
Hoje toco fixo com 3 projetos:

Um deles é meu quarteto de música instrumental "Coringas.com", que tem um DVD gravado ao vivo em studio em 2008, e está em processo de gravação de um novo disco.  Assim que esse  novo disco estiver pronto, vamos lançar o DVD de 2008 e esse novo disco juntos. (MySpace)


Também toco em um projeto pop chamado "Merlot", no qual gravamos recentemente uma demo intitulada "Música Para Degustação", com 6 faixas, sendo 1 delas própria. Esse projeto tem uma característica interessante, que os 4 integrantes cantam e fazem backing.


Além desses, também toco na "Zawajus",  considerada a maior banda de baile de SC, que costuma fazer shows pelo Brasil em diversas convenções de empresas, e aberturas de shows nacionais.



Fora esses que são fixos, faço alguns outros projetos paralelos, com Luiz Meira, Luana Laus (tributo a Elis Regina), Thiago Pity entre outros free lances, além de gravações.

SM:
Trabalhos muito bons, ouço todos e curto todos, destaque para o "Merlot", onde você canta, realmente muito bom.
Agora vamos a parte que eu mais gosto... O seu set-up, fale pra gente um pouco sobre ele.

UP:
Atualmente ando com um set bem reduzido, ao vivo tenho usado só o Yamaha Motif XS 6, Yamaha KX-5,
controlador MIDI antigão, muito usado pelo Chick Corea e raramente um notebook com uma placa m-audio Fast Track Pro, dependendo do show. Suporte, eu sou amante do velho e bom X, mas quando toco em pé acabo usando uma Stay Aluminium. (risos). Também tenho um ampli. Peavey KB4, mas é uma coisa bem rara de eu usar.

SM:
Além do lançamento do DVD e do CD do Coringas.com, o que mais podemos aguardar para o futuro? Quem sabe uns shows aqui no Rio de Janeiro?
UP:
Então, além do lançamento do DVD  antigo e o cd novo do Coringas.com, pretendemos no fim do ano gravar um DVD com músicas próprias do Merlot.  Por enquanto não tem nada encaminhado, mas seria um prazer voltar a fazer um show no Rio, quem sabe não surge alguma coisa! (risos)

SM:
Fica aqui uma "cutucadinha" nos empresários do ramo... (risos)
Pimenta, prazer imenso ter você aqui! Muitíssimo obrigado pela sua paciência e simpatia rapaz! Fico muito feliz de estar entrevistando um músico do seu gabarito! Muito mais sucesso ainda nessa sua brilhante carreira!

UP:
Imagina, pra mim é que é um prazer enorme, e uma honra estar participando desse blog que dá essa força para os músicos brasileiros. Meus parabéns por essa iniciativa, e muito obrigado mesmo.

Entrevista: Leandro Borges
Fotos: Arquivos de Uiliam Pimenta

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